A Freguesia do Vale de SantarémAs OrigensÀ zona onde actualmente se encontra o Vale de Santarém chamava-se em meados do séc. XVIII "Vale do Soeiro Pisão" ou "Vale do Soeiro Tição", tendo o topónimo actual surgido em pleno séc XIX.
As suas gentes desde sempre se dedicaram à agricultura. Nos férteis campos inundados de fertilidade pelo Tejo faziam a sua vida. Diz-se hoje como se dizia antes que "O Vale é verde".
O comboio como motor de desenvolvimentoA aldeia conheceu o seu primeiro período de expansão com o desenvolvimento da rede ferroviária. Na zona em redor da estação floresceram indústrias ligeiras, fornecidas que eram de matéria-prima outrora distante. Ainda há quem se lembre de quando a estação tinha estatuto de II classe a nível nacional, sendo a única a dispôr de uma terceira linha (hoje em dia infelizmente pouco usada) entre o Entroncamento e Azambuja, aparte obviamente, as estações de I grandeza (Santarém e Setil). Desde a II Guerra Mundial que entrou em rápido declínio, tendo o último testemunho do seu tempo de glória (o grande armazém) desaparecido na década de 80. Das indústrias ficaram apenas as paredes exteriores e uma óptima oportunidade para acções de arqueologia industrial. Eu vivo perto dessa velha fabrica já destruída.
Dados estatísticosO Vale de Santarém ocupa uma área de 1.015 ha, e conta actualmente com 3.011 habitantes (dados da A.N.M.P.), o que dá uma densidade populacional de cerca de 300 habitantes/km2 (exactamente 296,65 Hab/km2). É Vila desde 1995.
"BRASÃO: Escudo de prata, com um pinheiro arrancado de sua cor, folhado de verde e frutado de ouro, entre dois cavalos brincões de negro lampassados de vermelho, o da dextra volvido; ponte antiga de dois arcos, de negro lavrada de prata, movente dos flancos e nascente de um pé ondado de azul e prata.
Coroa mural de prata de quatro torres
Listel branco, com a legenda a negro: "Vale de Santarém"
BANDEIRA: Esquartelada de verde e branco. Cordão e borlas de prata e verde.
Haste e lança de ouro."
A "CASA DA JOANINHA"Na tradição popular, seria aqui que se desenrolou a acção do romance "Viagens na Minha Terra" de Almeida Garrett. Seria destas janelas que a Joaninha dos Olhos Verdes escutava os rouxinóis enquanto esperava o seu Manuel.
Em boa verdade, Garrett pernoitou nesta casa que pertencia ao seu amigo Rebello da Silva, insigne historiador. E talvez se tivesse inspirado em seus jardins (à época) de grande beleza. Mas segundo algumas descrições da obra (especialmente facto que o nascer do Sol é visível), é mais provável que a "Casa da Joaninha" seja na Quinta de Sto. António (foto da Ponte da Vala, ao centro e ao alto, por detrás do arco).
Com a morte do historiador, e com as partilhas entre os descendentes a entrar por becos sem saída, o edil foi-se degradando rapidamente desde 1970. A Junta de Freguesia desde o 25 de Abril que tentou por todos os meios adquirir o imóvel e transformá-lo em bem público, mas a má fé dos proprietários imperou.
Em Julho de 1990, horas após ter sido finalmente desenterrado um acordo que previa a sua transformação em Centro de Dia para a 3.a Idade, deflagrou um misterioso incêndio dentro da casa, o que deitou por terra toda e qualquer hipótese de recuperação desta outrora belíssima propriedade.
AS FONTESFalar do Vale de Santaém sem falar das suas fontes é como falar de Natal sem bacalhau.
Conhecida a nível nacional (e porque não dizê-lo, mundial!), a Fonte da Joaninha (ou Fonte das 3 bicas como é chamada pelos autóctones) é marco de referência para viandantes, ocasionais ou não, que aqui enchem os cantis para saborear as suas frescas e límpidas águas durante a viagem ou no dia-a-dia. O estilo característico e o painel de azulejo alusivo à Joaninha dos Olhos Verdes tornam-no reconhecível até para o visitante mais incauto.
. Menos conhecida dos turistas mas de não menos importância para os locais, a Fonte da 1 Bica impõe-se no Largo Visconde Almeida Garrett. Embora menos mediática é, como a anterior, ponto de encontro, como de resto é visível na fotografia.
Trabalho realizado por:Rodrigo Álvaro, Nº20, 6º F